22 junho, 2012

Uma Questão de Sobrevivência



Acho que perdi o sensor de humor
Perdi a graça, a gracinha
De cada brincadeira!
Quando abro a minha boca é pra machucar.
Machuco mesmo quando quero afagar.
Maltrato mesmo quando quero cuidar.
Desprezo quando na verdade
Quero apenas amar!
E isso tudo é minha culpa.
Deixei que você matasse o que havia
De bom dentro de mim.
Deixei que você acabasse com minha docilidade.
Precisei ser dura, fria;
Pra não sofrer ainda mais,
Pra não me machucar.
Como uma questão de sobrevivência
Me vi sendo capaz de ignorar friamente.
Não sou assim, essa não sou eu.
Mas aprendi a me amar primeiro,
Não me leve a mal...
É apenas uma questão de sobrevivência!
São tantos anos me esforçando pra ser forte
Que de repente sou tão frágil
A ponto de não querer mais existir.
E hoje, pra sobreviver,
Causo dor sem querer.
Perdi a graça de brincar com alegria,
E sem perceber,
Brinco com ironia!




18 junho, 2012

Vazio


De repente um vazio toma conta,
Uma voz que não quer calar
Dizendo que eu quero mais.
Mais do que tenho,
Mais do que me oferecem;
Mas tenho que me fortalecer
E acreditar que dessa vez
As coisas serão diferentes.
Minha pele macia anseia por beijos
Aos quais não foram dados.
Meu corpo deseja abraços, afagos,
E esses não me são sentidos.
Meu coração deseja amor.
Ah, o amor!!!
O amor dentro de mim morreu,
Sucumbiu, desfaleceu.
Sinto-me vazia, ôca, morta!
O amor é algo que já não faz parte
Da minha vida e de meu coração.
O amor é que move todos os outros sentimentos;
Sem amor, como sussurrar?
Sem amor, como uivar?
Sem amor, como sentir, como viver?
Não há amor, mas acredito
Que algo possa ainda acontecer.
Eu tenho grandes motivos pra acreditar
Que isso ainda vá acontecer,
E espero que aconteça.
Ou serei como o sino que retine,
Ao qual é frio, duro e sem vida!

11 junho, 2012

Refúgio




Queria eu ter um barquinho
Que me pudesse levar a um lugar
Onde fosse apenas eu e o Senhor.
Onde o som que ouvirei seria
Dos pássaros louvando a Deus,
Onde eu também pudesse entoar
O meu louvor a Ti.
Queria eu me desligar de tudo que não me faz bem,
Renovar minha caminhada e me esquecer de tudo
Que não valeu a pena.
Fazer morrer tudo que me machuca e me machucou.
Queria eu olhar em volta e não ver nada
E ninguém que pudesse trazer lembranças ruins.
Queria eu tomar banho de mar,
Águas claras e calmas e sentir apenas
A paz que reina de Ti,
Sentir a brisa suave que vem das montanhas,
Os raios acolhedores do sol que iluminam e aquecem.
Ouvir os barulhos das suaves ondas
Que batem na beira da praia.
Em meio a tudo isso...
Nada, ninguém, apenas eu.